Apresentação

Coordenador e professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia Stricto sensu da PUCPR e professor do Mestrado em Direitos humanos e Políticas Públicas da PUCPR. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Professor convidado da Universidade de Lille, na França, e da Universidade Católica de Moçambique. Pós-doutor pela Université Paris Est-Créteil e pelo Institut d’études Politiques de Paris, com bolsa CNPQ (2014-2015).. Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005). Estágio doutoral na Université Paris XII e no Centre Michel Foucault , com Bolsa CAPES (2004). Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2000). Bacharel e licenciado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1992) e Bacharel em Teologia pela Pontifícia Universidad Católica de Chile (1997). Líder do Grupo de Pesquisa Filosofia Francesa Contemporânea, cadastrado no CNPQ e certificado na PUCPR. Membro do corpo editorial da Editora PUCPRES e do GT Pensamento contemporâneo da ANPOF. Tem experiência na área de Filosofia Contemporânea, com publicações no Brasil, México, Itália, França, Espanha, Chile, Argentina e Colômbia, nas subáreas de Filosofia política e Filosofia Francesa Contemporânea, especialmente no pensamento de Michel Foucault e suas relações com teóricos, tais como Hannah Arendt, Giorgio Agamben e Roberto Esposito. Atualmente, desenvolve pesquisa sobre os alcances filosóficos da biopolítica e seus desdobramentos para o diagnóstico político do presente, especialmente sua relação com os ilegalismos, com o capital humano, com os dispositivos de segurança, com o racismo de Estado, com a necropolítica para a análise da problemática das migrações.

Alguns dos trabalhos publicados podem ser encontrados em: http://lattes.cnpq.br/6260937850813585 ou https://pucpr-br.academia.edu/cesarcandiotto

Email: ccandiotto@gmail.com

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7172-4618

Publicações

1. A dignidade da luta política: incursões peloa filosofia de Michel Foucault. 1. ed. Caxias do Sul, RS: EDUCS, 2020. v. 1. 221p .
2. Foucault e a crítica da verdade. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013. v. 1. 176p.
3. Foucault e o Cristianismo (ed. com P. de Souza). 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. v. 1. 160p .
4. Le néolibéralisme américain et l’ambigüité de l’homo oeconomicus chez Michel Foucault. CAHIERS CRITIQUES DE PHILOSOPHIE, v. 18, p. 93-108, 2017.
5. Effetti della ‘Storia della follia’ in Brasile. Aut Aut: rivista di filosofia e di cultura, v. 351, p. 173-189, 2011 (em co-autoria com Vera Portocarrero).
6. La solidarité et la sécurité. In: Ángel Puyol; Jordi Riba; Patrice Vermeren. (Org.). Un Nouveau Regard sur la Solidarité?. 1ed.Paris: L’Harmattan, 2020, v. 1, p. 37-51.
7. Foucault, el hombre y la finitud. In: Cristina López; Marcelo Raffin; Agustín Colombo. (Org.). Pensar con Foucault hoy: Relecturas de Las palavras y las Cosas y La Voluntad de Saber. 1ed.Buenos Aires: UNSAM Edita, 2019, v. 1, p. 37-48.
8. Biopolítica, gubernamentalidad y migración. In: Ricardo Espinoza Lolas; Jordi Riba. (Org.). El espacio público de la migración. 1ed.Barcelona: Terra Ignota Ediciones, 2019, v. 1, p. 261-282.
9. La perspectiva neoliberal de la democracia y sus efectos gubernamentales. In: Ricardo Espinoza Lolas; Jordi Riba. (Org.). Aporías de la democracia. 1ed.Barcelona: Tierra Ignota Ediciones, 2018, v. 1, p. 115-138.
10. Pensar la política: actitud crítica, revolución y contra-conducta insurreccional. Dorsal Revista de Estudios foucaultianos, v. 6, p. 67-79, 2019.
11. Sujeição, Subjetivação e Migração: Reconfigurações da governamentalidade biopolítica. Kriterion, v. 61, p. 319-338, 2020.

Projetos

1. As faces da segurança, as dimensões do medo e os desafios da política
Descrição: O projeto procura estudar os grandes desafios da política, entendida como a constituição de um mundo comum diante da transformação da segurança, de direito político a um bem negociável. Na tradição contratualista hobbesiana, a segurança é o direito natural mais importante que está na raiz do contrato, no sentido de que ele designa a liberdade do indivíduo para utilizar de sua própria potência em vista da conservação de sua natureza (ou sua vida). Seu caráter incondicional inscreve-se na forma de um direito primeiro e pré-político. Contudo, uma das características do registro da segurança na política contemporânea é sua atribuição como um bem, cuja finalidade não é propriamente política, mas que atende a uma espécie de realização social. Quantificável e negociável, ela oscila entre a segurança desejável e a insegurança aceitável. A designação da segurança como um bem a ser distribuído pelo Estado, mas também por outras instituições sociais, está na origem da moderna ideia de segurança humana, assim como dos dispositivos securitários que regulam a vida social, estudados por Amartya Sem e Michel Foucault. Além de analisar esta transformação da segurança, que resulta na sua visível despolitização, o projeto procura estudar como os dispositivos securitários se nutrem e se legitimam pela regulação governamental dos afetos, principalmente o do medo. Se a dimensão política da segurança, como direito natural, canaliza o medo uns dos outros em estado de natureza e o transfere para a figura do soberano e do Estado, já a dimensão despolitizada da segurança contemporânea desobjetiva o medo unificado na figura do soberano, tornando‐o algo vazio, porém disseminado no conjunto da vida social. De paixão razoável inscrita na natureza humana e no próprio dinamismo da vida política, o medo se torna um afeto irracional que corrói a própria vida política e, portanto, a possibilidade da constituição de um mundo comum.

2. As novas fronteiras da biopolítica:
Nesse projeto examina-se a pertinência do pensamento de Foucault para estudar o vínculo entre duas modalidades de populações produzidas na época contemporânea e que se tornaram um problema a ser tratado pela filosofia política e social: os migrantes pobres e os indivíduos considerados improdutivos (principalmente, das periferias urbanas). Esse vínculo pode ser entendido como um dos desdobramentos negativos da centralidade ocupada pelo trabalho produtivo inspirado na lógica do capital humano, bem como pela ênfase na subjetivação do trabalhador como empreendedor de si mesmo. Desprende-se uma ambiguidade e uma ambivalência da biopolítica em torno dessas populações. A ambiguidade em torno da objetivação diferencial do migrante estrangeiro: bem-vindo quando se trata de alguém que dinamiza o fluxo do capital e da riqueza; detido, abandonado e expulso quando se trata do migrante pobre que não agrega valor ao país de destino. Ambivalência no que concerne ao governo e objetivação do trabalhador: um empreendedor de si mesmo a ser estimulado pela dinâmica e lógica do capital humano, e, como o reverso dessa mesma lógica, a exclusão biopolítica do indivíduo considerado improdutivo. A temática é analisara a partir de conceitos extraídos da analítica do poder foucaultiana, tais como os de ilegalismos, biopolítica e governamentalidade. Busca-se investigar se esses e outros conceitos são suficientes para pensar aquele vínculo, posto que estas populações não foram estudadas diretamente por Foucault. Enfim, examina-se sua correlação com outros operadores conceituais inspirados nos trabalhos de Foucault, desenvolvidos principalmente por Giorgio Agamben, Wendy Brown e Thomas Lemke. Objetiva-se assim saber até que ponto o conjunto dessas análises abre novas fronteiras para a compreensão da atuação da biopolítica contemporânea, suas designações e deslocamentos.